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I Met God she’s Green

Um blog de Joana Seixas e Brandão, sobre tudo o que podemos fazer para tornar as nossas vidas mais sustentáveis e mais felizes!

I Met God she’s Green

Porque é que todos os Ambientalistas têm que ser anti-racistas?

26.07.20 | Joana

   Porque é que todos os Ambientalistas têm que ser anti-racistas convictos? A resposta pode parecer óbvia, mas é bastante mais global, mais importante e mais abrangente do que pensamos. É claro que todos temos que ser anti-racistas, mas os Ambientalistas, ou aqueles que são verdadeiramente defensores do Planeta têm de o ser de uma forma bastante convicta e activa, se querem atingir um modo de vida em equilíbrio com a Natureza.

 

6BD09BB8-62A2-4290-A194-9EF6D5935483.jpeg   Ilustração Bolbo
   
   Temos assistido por estes dias a muitas discussões, sobre o porquê desta luta Anti-Racista ter rebentado desta forma na América e se deveria ou não, ser apoiada com toda a convicção. Muita polémica surgiu também a seguir às manifestações, que aconteceram por todo o mundo, onde muitos, utilizando como desculpa o facto de o distanciamento social não ter sido cumprido, retiravam legitimidade a esta manifestação, querendo claro, tirar importância à altura e à forma como surgiu esta luta. Esta luta é crucial, e tem que ser apoiada de forma inequívoca e continuada por cada vez mais pessoas, pelo seu carácter urgente e pela descrepância de direitos na Sociedade actual, que muitas vezes estão ocultos à primeira vista pois estão profundamente enraizados na Sociedade.

   É por tudo isto (e muito mais) que o movimento #blacklivesmatter é tão importante e pode definir de uma forma radical uma mudança urgente para o futuro. Acentuou-se durante este período inédito e global de confinamento, porque as diferenças se agravaram de forma clara e os níveis de pobreza atingiram mínimos históricos.
  É por isso evidente que se queremos dar força à luta climática e ambiental temos que suportar este movimento e todos os movimentos que apoiam minorias. 

   O racismo está impregnado nas sociedades mundiais há séculos. Estamos a falar de um grupo de pessoas com uma história mundial de exclusão, que tem, definitivamente que deixar de ser tratada de forma sectária. Senão caminharmos para um mundo com cada vez mais justiça social, mais equidade, mais igualdade, para um mundo mais HUMANO, é complicado imaginar um futuro sustentável.
   Temos que dar todas as condições a quem luta por direitos básicos para que consiga ter espaço e energia para se juntar à luta pela sustentabilidade. Que consiga verdadeiramente respirar.

Ser Ambientalista é muito mais que defender o clima é defender a igualdade de todos os que pisam a terra, é defender que este planeta é mesmo para todas as pessoas e animais. As lutas têm que ser sectárias para terem força, mas o humanismo inerente a cada luta tem que ser global. É essa a força que nos une.

 

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   Quando li este artigo na Vogue, surgiu-me uma grande necessidade de falar sobre este assunto, fiz muitas ligações e percebi que não era só eu que achava que ser Ambientalista é acima de tudo ser Humanista. As lutas estão todas inter-ligadas, têm todas a mesma génese, e partem quase todas da diferenciação feita pela Sociedade a um sector da mesma.
  Temos que saber avaliar todas as questões dentro de um enquadramento e contexto histórico. Espero que esta luta venha finalmente (des)equilibrar os pratos da balança e juntar os muitos que somos anti-racistas e mostrar ao mundo que visão temos do futuro da Humanidade e do Planeta. 

In Vogue 

 (...)The longer racism is not addressed, the harder it will be to save the planet, in part because Black activists’ time and energy are being drained. Inclusive climate justice activist Mikaela Loach notes that allies should “step up, so Black folks have the time and energy to invest in creating climate solutions”instead of using our energy to “explain [our] existence to other people” in predominantly white environmentalist spaces.

Every environmentalist needs to hold themselves accountable and do the inner anti-racism work to achieve both climate and social justice. Take the Intersectional Environmentalist Pledge to learn more about what steps you can take, read Black Nature: Four Centuries of African American Nature Poetry by Camille T. Dungy, and listen to The Yikes Podcast. (Just a few examples of my favorite resources and inspiration, to start.) We must move forward and push for intersectional environmentalism to save the planet, and Black lives.

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