O nosso “Ikigai”
Livros que nos inspiram
Vern Cheng
“Apenas se te mantiveres activo, desejarás chegar aos 100 anos”
Qual é o sentido para a vida? Como podemos ter uma vida longa e feliz? Será que existem respostas objectivas a estas perguntas? Talvez não... o mais importante, não são as respostas mas sim o caminho que se faz, não interessa o fim, interessa como lá chegamos. E pelo caminho podemos procurar o nosso Ikigai , uma palavra misteriosa que pode ser a chave para a nossa felicidade, tranquilidade e completa serenidade.
Este livro, com um belíssimo trabalho documental de Héctor Garcia e Francesc Miralles, dá-nos boas pistas para cimentarmos o nosso caminho.
O que mais gostei neste livro foi a descoberta de que, se tivermos a ocupação certa nas alturas certas, é tudo o que precisamos de fazer para sermos felizes. Parece simples, mas exige da nossa parte uma escuta activa e uma resiliência constantes.
Este guia está cheio de (boas) dicas práticas, exercícios e sugestões de alimentos que nos podem ajudar neste caminho. O livro acompanha o percurso dos Japoneses e o que eles fazem para serem um dos povos com a maior longevidade do mundo.
Quando andava a pesquisar sobre os Japoneses, e sobre a sua longevidade, deparei-me com as chamadas “Zonas Azuis” (Blue Zones), que são locais no mundo onde as pessoas vivem mais anos e geralmente chegam aos 100 anos de vida. Existem regiões que foram identificadas por cientistas e demógrafos, onde se constatou que as pessoas tinham características e práticas específicas, que resultavam numa precentagem muito elevada de longevidade nos seus habitantes.
Para além de Okinawa, no Japão, existem outras zonas como a Sardenha, em Itália; Loma Linda na Califórnia, onde estudaram um grupo de Adventistas do Sétimo Dia, que estão entre as pessoas que têm a vida mais longa nos Estados Unidos; a Península de Nicoya na Costa Rica; e Icária na Grécia, onde uma expedição feita em 2009 na ilha, identificou o local do mundo com a maior taxa de pessoas que alcançam os 90 anos. Aproximadamente uma em cada três pessoas chegam a essa idade. Constatou-se também que têm uma taxa 20% menor de incidência de cancro, 50% menor de doenças cardíacas e praticamente nulas de demência.
Os habitantes das Zonas Azuis têm estilos de vida específicos que contribuem para sua longevidade. Em Okinawa, na Sardenha e em Loma Linda têm em comum a importância dada à família, não fumar (os centenários tipicamente não fumam) e beber moderadamente, têm uma dieta baseada em vegetais, frutas e grãos, a carne é consumida muito esporadicamente, geralmente só em dias de festa. Também têm uma regra de se sentirem saciados quando se sentem 80%, isto dá muita saúde! A actividade física é moderada e constante e existe bastante envolvimento social, todas as faixas etárias são socialmente activas e integradas na comunidade.
O mais importante é manter esta vontade de descoberta e aprendizagem bem viva dentro de nós. Assim podemos implementar novos hábitos e estar mais atentos ao que nos motiva neste caminho tão intenso que é a vida.
Gosto de ter este livro sempre à mão, pois é um guia que vale sempre a pena reler quando andamos perdidos em busca do nosso “Ikigai”.
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